episodio 25

Desde o inicio pensei q este blog teria mais informacoes sobre os seus autores, os out and about aventurinhas dos frangos enquanto foras. Genero email de grupo noutro formato. (tipo o blogi do salsichas enquanto leonardou em NL) E independentemente se sou a unica a fazer isso acho q continuarei qdo apetecer.
Entao, segue historinha do jour.
No Domingo voltava para Den Bosh de roterdao, via utrecht. Nao 'e o meu percurso habitual, demora mais meia hora (+esperinhas). mas neste fim de semana fazia com q eu poupasse uns 3-4 euros... and you know how i am. E para alem de poupada gosto de andar de comboio. o quentinho o baloicar, dormitar, pensar sobre a vida. Acho q mtas das decisoes/pensamentos importantes etc do ultimo ano aconteceram em comboios holandeses. O comboio das 23 estava cheiito.
Eu estava envolvida no livro que tinha comecado nesse dia, o meu primeiro livro de autor holandes (e para alem de estar a gostar do livro ainda me sentia mais satisfeita por me sentir estar a cumprir o meu dever de pessoa nao turista na holanda, abracar a cultura e por ai fora...)
eu vinha com varios sacos e estava na esperanca q conseguiria manter os 2 lugares do banco para mim. Mas apareceu um homem pouco tempo antes do comboio arrancar q quis sentar-se ao meu lado. Cloquei as coisas no chao, casaco ao colo e continuei a ler. Comboio as 23 depois de jantarinho com o erdem +mae +tia mais cervejita era certinho q eu dormitaria. E nao achei grande piada o gajo sentar-se ali pois ja n me ia conseguir esticar, isto para alem de ele ter um aspecto um bocadito sinistro. Nada de mais, nada q te fizesse reparar nele na rua ou parecido. Mas qq coisa.
O homem sentou-se e inclinou-se para atras relaxando, colocou uma lata de Bavaria de meio lt na mesita do comboio.
Eu continuei a ler. a viagem ate utrecht demora 50 min. comecei a dormitar, mas naquele momento antes de adormecer, em q normalmente em casa acordo para apagar a luz, fechar o livro, cobrir os ombros com o cobertor porque ai estou a admitir para comigo mesma q vou mm adormecer, nesse momento no comboio olhei para o homem, se calhar sou paranoica (sim voces sabem que sou) mas verifiquei q ele parecia estar a dormir. Ai relaxei e depois de mais um paragrafo adormeci.
acordei num sbressalto com a percepcao que alguem me mexia no colo. Estava com um vestido, e a mao estava sob o vestido, mas debeixo do meu casaco. E nao entre as pernas mas em jeito de caricia da zona pubica. A mao retraiu, tocado na minha porque eu ja ia para o agarrar e tirar dai. olhei para o lado, "what the fuck?!" e o homem fez aquela cara de "nao foi de proposito" e rapidamente se levantou e fugiu. E nao berrei e nao fiz escandalo, porque estava congelada de raiva e medo com o coracao oas pulos e ainda confusa sobre o q aconteceu. com o homem ja fora de vista, noutra carrugem ja me lancava no quase chorar e cara corada em que desejo mortes dolorosas e canceriginas, desejo ser forte e saber bater... mas no fundo nao sei o que fazer.
E ainda por mais porque estas merdas ja me aconteram antes, e ainda na semana passada falavamos sobre isto no studio porque um homem tinha apalpado a perna da jelena no comboio, ela acordada.
Senti q o vizinho do banco, do outro lado do corredor se tinha apercibido de alguma anormalidade. Enquando olhei ele apanhou me o olhar e viu qq coisa. Perguntou-me se tinha passado algo, expliquei, e estranhamente o choque dele 'e q validou a situacao. "He did?" e vi raiva e reprovacao tambem na cara dele. De repente era real.
Sugeriu q eu colocasse uma queixa, afinal estavamos num comboio em movimento, o homem nao conseguiria fugir. E toda a raiva em mim se pos em movimento. Sacos a voar passos largos com pressa porque nao sabia qto tempo faltava ate a proxima paragem. O homem tinha fugido para o outro extremo do comboio, onde estava o conductor (pica?) quem eu procurava, e ao ver-me aproximar fugiu na dirrecao oposta. O pica veio comigo, procuramos o homem, q se tinha sentado em 1a classe onde nao estava quse ninguem.
E a partir dai passou-se em holandes, "sexuel intimidatie"...yadda yadda. com o cartao de identidade do gajo o conductor levou me a outra carrugem e falamos a questao era se eu colocaria queixa na policia, q o conductor incentivava. Se nao colocaria queixa nada feito. Sim a NS (comboios) ficavam com a referencia do gajo, mas nada mais. O meu problema 'e q precisava de apanhar o comboio das 00.23 para DB, trabalhava na segunda... e a ideia de passar a noite ao relento por causa de uns apalpoes foleiros nao me seduzia mt. E tudo era mais do que eu esperava. Qdo me levantei a prcurar o conductor, esperava um momento show-down em que o homem seria envergonhado e genero menino mal comportado receberia um tme out da professora. Afinal nao tenho mta experiencia com a policia e justica etc. E nao era uma situacao tao grave. (mas claro, where do you draw the line?)
O conductor ai foi essencial porque disse aquuelas coisas que devem aprender em treinos proprios para este tipo de situacao (afinal 'e holanda nao 'e?), d genero: "its you who must decide what you want and do not want, it is you who decides what you like and do not like..." etc. E conseguiu arranjar que a NS me pagaria um taxi para DB caso nao conseguisse chegar ao meu comboio a tempo.
Tinha ainda parecido um outro homem, a oferecer ajuda. um mr.T branco autentico, grande, musculoso e de cabeca rapada reluzente e olhos azuis fortes. Ele tinha um cartao especial de identificacao qq, mao sei se trabalhava p os comboios ou p a bofia, mas estava fora de servico.
Em utrecht a policia apareceu, o rapaz q tinha sugerido q a queixa saiu tambem do comboio, e bateu no vidro qdo passou pela carruagem, fazendo me um gesto de thumbs up. e agradeci.
O Mr.T deu me um handshake e desejou me boa noite, o pica deu o numero de telefone dele caso fosse necessario qq coisa. e a equipa mista de polica levou nos para o andar de cima da estacao, para salas como nos filmes, aquelas luzes fluo, os bancos office, portas grossas. O homem para o lado esquerdo e eu para a direita.

Ele ficou la. depois de deixar os meus dados (dos quais metade conseguiram perder, causado uma confusao no dia a seguir) apanhei o comboio.
E ontem fui novamente a utrecht, chamada pela policia para deixar um statement. Soube que nao era a primeira vez q o homem tinha feito qq coisa deste genero (se foram situacoes mais graves nao sei), pelo q sei ainda esta com a policia (pelo menos arrested), e no futuro receberei noticia do que acontece ao caso.
Foi mais dificil do que antecipava, mas teve um efieto catartico. Fiquei satifeita comigo, por pelo menos esta vez ter feito qq coisa. E nao tenho medo porque agora sei como se faz, e senti para alem do surpreendente apoio de estranhos respeito pela policia (pela primeira vez) e o modo como a coisa foi tratada.
Nao pude deixar de me perguntar como seria em PT, e ficar aliviada por se passar aqui, talvez D^e pouco credito a bofia PT...
E senti tanto alivio por me terem levado a serio, e por todos a quem contei levarem a serio. Porque 'e serio. eu propria so levei a serio a partir da cara do rapaz a quem contei primeiro. Constatacao que me fez chorar. Estas merdas apesar de comuns nao deveriam passar se. Por saberem que acontecem, tive sempre uma sensacao de "nao ha nada a fazer", "prontos" e "olha 'e assim".
Na minha cabeca fiquei "contente" por se ter passado comigo e nao uma miuda mais nova. E o que incentivou a continuar ate colocar a queixa oficial, era essa ideia, de esse merdas, como tantos outros andar por ai, e se ao menos este caso pequeno talvez ajudasse a impedir mais e outras coisas.
Na policia chamaram-me (termo oficialmente correcto, claro) de vitima, e pelos vistos tenho direito a advogado gratis e ainda victims help. (holanda..) Mas qdo sai dali percebi q seria era vitima se nada tivesse feito, se tivesse ido para casa numa raiva calada (o que "costumo" fazer).
como disseram la na bofia, nao 'e um caso grave, mas nao pode ser ignorado.
That is one sick motherfucker. excuse my french.